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5 de fevereiro de 2016
Ao receber nosso telefonema na casa de apoio Ignês de Carvalho Montenegro I, que hospeda gratuitamente pacientes que vêm de todos os estados brasileiros para transplante de medula óssea no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, o agricultor Antonio de Souza Andrade, 47, pensou que, finalmente, sua passagem aérea de retorno a Roraima havia chegado. Cinco meses após o transplante, ele está de alta para fazer acompanhamento em casa e aguarda a liberação do bilhete para voltar a sua terra. “Estou esperando uma ligação para marcar a viagem de volta a Roraima. Não vejo a hora. Há quase 150 dias estou longe da minha família”, disse.Acostumado com o trabalho pesado da roça, Andrade começou a se sentir fraco e sem ânimo, condição que o colocou em alerta. Depois de muitos exames, em março de 2015, descobriu uma leucemia. Os primeiros procedimentos começaram em Caracaraí, cidade onde mora. Transferido para Boa Vista, na capital, ficou internado e passou por várias sessões de quimioterapia. “Desde março estou no hospital. Em julho tive alta de apenas quatro dias, mas tive que voltar porque não estava me sentindo bem. Só em outubro tive a segunda alta, dessa vez para ajeitar minhas coisas. Seria transferido ao Amaral Carvalho, em Jaú, para transplante de medula”, contou.Iniciaram as buscas por um doador compatível na família. Os resultados dos exames revelaram que duas irmãs podiam doar. Os três viajaram mais de 4.200 quilômetros para chegar a Jaú. “Olhe só aonde viemos parar. Eu nem sabia que Jaú existia no mapa”, confessou o paciente. O transplante foi realizado no dia 1º de setembro. Uma das irmãs com 100% de compatibilidade fez a doação e depois de uns dias foi liberada para se recuperar em casa. A outra, Estela, permaneceu durante todos esses meses como acompanhante na casa de apoio. “Tenho minha casa em Boa Vista, sou casada e tenho nove filhos. Deixei dois deles acidentados para estar aqui. Mas o que a gente não faz por um irmão?”, indagou. Melhor atendimentoEmbora cansado, apreensivo por não saber se poderá um dia voltar ao trabalho na roça e sentindo muito a falta dos filhos, da esposa e dos netos, Andrade só pensa em agradecer: “Não posso reclamar. Foi o melhor atendimento que já tive. Minha médica de Roraima havia dito que em Jaú eu encontraria o melhor tratamento. E sem essa casa de apoio, onde ficaríamos? Não pagamos nada para estar aqui. A comida é balanceada, indicada por nutricionistas. O que mais poderíamos receber?”, questionou Andrade. “Temos tudo o que precisamos aqui, sem pagar nada. Então, faço questão de ajudar na limpeza e na cozinha”, completou Estela. O Hospital Amaral Carvalho faz mais de 350 atendimentos por ano a pacientes vindos de Roraima. Em 2015, foram 2969 procedimentos oncológicos realizados. Tudo pelo Sistema Único de Saúde. Além disso, o apoio social oferecido aos pacientes é fundamental para completar o tratamento. Nas casas de apoio, eles recebem hospedagem, café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia noturna. São mais de 20 mil diárias por ano nas 3 casas de apoio mantidas pela Fundação Amaral Carvalho.
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Ao receber nosso telefonema na casa de apoio Ignês de Carvalho Montenegro I, que hospeda gratuitamente pacientes que vêm de todos os estados brasileiros para transplante de medula óssea no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, o agricultor Antonio de Souza Andrade, 47, pensou que, finalmente, sua passagem aérea de retorno a Roraima havia chegado. Cinco meses após o transplante, ele está de alta para fazer acompanhamento em casa e aguarda a liberação do bilhete para voltar a sua terra. “Estou esperando uma ligação para marcar a viagem de volta a Roraima. Não vejo a hora. Há quase 150 dias estou longe da minha família”, disse.
Acostumado com o trabalho pesado da roça, Andrade começou a se sentir fraco e sem ânimo, condição que o colocou em alerta. Depois de muitos exames, em março de 2015, descobriu uma leucemia. Os primeiros procedimentos começaram em Caracaraí, cidade onde mora. Transferido para Boa Vista, na capital, ficou internado e passou por várias sessões de quimioterapia. “Desde março estou no hospital. Em julho tive alta de apenas quatro dias, mas tive que voltar porque não estava me sentindo bem. Só em outubro tive a segunda alta, dessa vez para ajeitar minhas coisas. Seria transferido ao Amaral Carvalho, em Jaú, para transplante de medula”, contou.
Iniciaram as buscas por um doador compatível na família. Os resultados dos exames revelaram que duas irmãs podiam doar. Os três viajaram mais de 4.200 quilômetros para chegar a Jaú. “Olhe só aonde viemos parar. Eu nem sabia que Jaú existia no mapa”, confessou o paciente.
O transplante foi realizado no dia 1º de setembro. Uma das irmãs com 100% de compatibilidade fez a doação e depois de uns dias foi liberada para se recuperar em casa. A outra, Estela, permaneceu durante todos esses meses como acompanhante na casa de apoio. “Tenho minha casa em Boa Vista, sou casada e tenho nove filhos. Deixei dois deles acidentados para estar aqui. Mas o que a gente não faz por um irmão?”, indagou.
Melhor atendimento
Embora cansado, apreensivo por não saber se poderá um dia voltar ao trabalho na roça e sentindo muito a falta dos filhos, da esposa e dos netos, Andrade só pensa em agradecer: “Não posso reclamar. Foi o melhor atendimento que já tive. Minha médica de Roraima havia dito que em Jaú eu encontraria o melhor tratamento. E sem essa casa de apoio, onde ficaríamos? Não pagamos nada para estar aqui. A comida é balanceada, indicada por nutricionistas. O que mais poderíamos receber?”, questionou Andrade.
“Temos tudo o que precisamos aqui, sem pagar nada. Então, faço questão de ajudar na limpeza e na cozinha”, completou Estela.
O Hospital Amaral Carvalho faz mais de 350 atendimentos por ano a pacientes vindos de Roraima. Em 2015, foram 2969 procedimentos oncológicos realizados. Tudo pelo Sistema Único de Saúde. Além disso, o apoio social oferecido aos pacientes é fundamental para completar o tratamento. Nas casas de apoio, eles recebem hospedagem, café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia noturna. São mais de 20 mil diárias por ano nas 3 casas de apoio mantidas pela Fundação Amaral Carvalho.[/caption]

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