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21 de junho de 2021
Já ouviu falar sobre alguém que teve uma anemia tão forte que acabou virando uma leucemia ou outro tipo de câncer? Apesar de muitas pessoas pensarem que isso pode acontecer, não passa de um mito relacionado aos problemas no sangue. Para esclarecer essas informações, neste mês é celebrada no Brasil a campanha Junho Laranja, de conscientização sobre anemia e leucemia.O primeiro equívoco é afirmar que anemia é uma doença, quando, na verdade, é um sintoma da deficiência de oxigenação no organismo, causado por alguma doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define anemia como uma condição na qual a quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, que são componentes do sangue, estão abaixo do normal, levando à diminuição do fluxo de oxigênio para os órgãos.De acordo com o hematologista do Hospital Amaral Carvalho Mair Pedro de Souza, essa alteração pode ter várias consequências, a principal delas, o cansaço. “Pessoas anêmicas podem ter dificuldade de executar tarefas simples, como preparar uma refeição ou qualquer outro esforço físico, que acaba se tornando exaustivo. Podem apresentar também palidez, tonturas, quedas de pressão repentinas e sonolência”.
Mas o que causa anemia? O médico explica que são inúmeros os fatores que podem desencadear uma anemia, como hemorragias, falta de ferro, vitaminas ou sais minerais, doenças crônicas ou genéticas. “Entre as doenças, podemos incluir as leucemias, tipo de câncer que afeta as células do sangue, os leucócitos (glóbulos brancos), responsáveis por diversas tarefas na defesa do organismo”. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima cerca de 11 mil novos casos de leucemia para este ano. Os principais sinais que podem levar à detecção precoce são infecções frequentes, manchas rochas ou pintas avermelhadas na pele, sensação de fraqueza ou cansaço e anemia. Daí o engano comum: anemia não pode causar ou se tornar uma leucemia, mas pode ser um sintoma da doença. Segundo o hematologista, embora alguns fatores de risco relacionados à ocorrência de leucemias sejam conhecidos, não há uma forma direta de prevenção. “Por isso, é necessário ressaltar a importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura e possibilita melhores respostas aos tratamentos”.Existem várias abordagens que podem garantir altos índices de sucesso no tratamento, como a quimioterapia, imunoterapia, terapias com drogas-alvo e o transplante de medula óssea, modalidade na qual o Hospital Amaral Carvalho é destaque. “Somos o serviço que mais realiza transplantes de medula no Brasil, com resultados comparados aos de centros internacionais”, relata Mair.
AlertaÉ importante lembrar que nem toda anemia é sinal de leucemia ou outro tipo de câncer. Mas toda anemia precisa ser investigada. Os tratamentos dependem rigorosamente das causas. Em alguns casos, a reposição de ferro e vitaminas ou transfusão são as alternativas disponíveis, mas o tratamento deve ser individualizado. “Além disso, é necessário buscar atendimento médico ao surgimento de qualquer alteração, para que o especialista possa avaliar e solicitar exames para diagnosticar a causa e iniciar o tratamento adequado”, completa.

Ariane Urbanetto

Anexos
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