Doe

3 de fevereiro de 2017
[caption id="attachment_10791" align="alignnone" width="640"]

Fernanda , a mãe, Roslene, e as irmãs Nicole e Aline[/caption]
Como alguém com câncer pode estar feliz? Até que ponto a doença pode transformar a vida de uma pessoa para melhor? Com essas dúvidas “embarquei” na entrevista com a jauense Fernanda Ometto Pellizzari, 33 anos, sobrevivente de uma leucemia. Aos 19 anos de idade, vivendo momentos de incerteza e insatisfação nos estudos e na relação amorosa, Fernanda descobriu o câncer. “Tudo aconteceu em 2003. Foi um ano bem difícil, mas decisivo em minha vida. Me lembro que os sintomas começaram no período da Páscoa e dois meses depois recebi o diagnóstico”, recorda.O tratamento foi realizado no Hospital Amaral Carvalho, referência nacional em tratamento de cânceres. “Fui muito bem atendida durante todo o tempo que estive lá, mas foi primordial o apoio da minha família, principalmente da minha mãe. Ela não saiu do meu lado, fez com que eu comprimisse todos os protocolos do tratamento. Fez tudo por mim, na verdade. A presença de familiares durante o processo faz toda a diferença”, ressalta. Veio a calvície, que, na maioria dos casos, é um fator que influencia muito na autoestima de pacientes, principalmente as mulheres, depois, outras complicações, mas Fernanda deu a volta por cima. “Quando a gente se olha no espelho e se vê inchada, em decorrência das medicações, e sem cabelos, cílios e sobrancelhas dá um baque, mas é superável. A gente vê outras pessoas na mesma situação e percebe que isso vai perdendo a importância. Além do mais, acaba descobrindo outras maneiras de ficar bonita”.
[caption id="attachment_10792" align="alignnone" width="640"]

Reaproximação das amigas após o câncer[/caption]
Para Fernanda, o câncer foi um divisor de águas em sua vida. “Só quando fiquei doente é que percebi o quanto tinha me afastado das minhas melhores amigas e o quanto estava infeliz, mas não tinha forças para mudar. Quando recebi o diagnóstico, tranquei a matrícula da faculdade, terminei um relacionamento que já estava abalado, reencontrei minhas amigas e voltei a ficar mais perto da minha família. Em seis meses, abandonei tudo aquilo que não me fazia feliz e mudei minha vida... para muito melhor. O câncer me deu tudo o que eu tenho hoje”, afirma.

[caption id="attachment_10793" align="alignnone" width="640"]

Na formatura de medicina com os médicos do HAC, Lenira e Marcos Mauad[/caption]
Fernanda é médica, aliás, acaba de se especializar em dermatologia; encontrou seu grande amor, André Pellizzari, também médico, com quem está casada há quatro anos; e traz consigo uma grande experiência que deu a ela coragem e sabedoria para enfrentar outro câncer na família: a mãe, dois anos depois, foi diagnosticada com câncer de mama. “Queria que tivesse acontecido comigo de novo. Tive medo de perder minha mãe, mas ela se inspirou na minha força e conseguiu superar a doença. Hoje está curada também. Somos duas vencedoras”, comemora.

[caption id="attachment_10794" align="alignnone" width="640"]

Fernanda e mãe, que também enfrentou a doença[/caption]

Anexos
tag manager 5