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1º de julho de 2021
Neste mês, os cuidados estão voltados para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço. A campanha, conhecida nacionalmente como Julho Verde, chama a atenção para os tumores que acometem boca, faringe, laringe, seios da face e tireoide, cujos sintomas são, muitas vezes, negligenciados. De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Amaral Carvalho(HAC), Afonso do Carmo Javaroni, a demora em observar os sinais e sintomas da doença e o diagnóstico tardio causam problemas significativos ao paciente, como perda da qualidade de vida, sequelas estéticas e até comprometimento de funções básicas como fala e alimentação. “Precisamos informar a população sobre a doença para que as pessoas procurem um especialista assim que notar algo de diferente.”Modificação na voz, nódulos no pescoço, dificuldade ou dor para engolir, feridas na pele na região da face e pescoço ou lesões na boca que não cicatrizam após três semanas são os principais sinais de alerta.O álcool e o tabaco são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (ONU), 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca no último ano eram tabagistas. No entanto, os casos de câncer de cabeça e pescoço em pacientes que não bebem e não fumam têm aumentado nos últimos anos, principalmente entre os jovens até 40 anos. A explicação, segundo Javaroni, é o aumento no número de diagnósticos de infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV). “Hoje, sabemos que o HPV é um dos fatores que levam ao desenvolvimento do câncer de orofaringe.”Javaroni explica ainda que o tratamento para os tumores dessa área pode ser cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico, a depender da situação do paciente e o estadiamento da doença. “Quanto antes esse tumor for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento. Ou seja, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e, ainda, contribui para a preservação da qualidade de vida do paciente.” Pandemia O médico avalia que a pandemia ressaltou uma situação peculiar e preocupante, já que muitos pacientes estão deixando de procurar ajuda médica por medo de frequentar as unidades de saúde. “Nossa orientação é para que os pacientes procurem um especialista quando notarem sintomas e sinais que não melhorem após três semanas. Caso exista alguma suspeita de câncer, o profissional encaminhará para unidade especializada para investigação e, se necessário, tratamento. Não deixe de procurar ajuda. O câncer evolui de forma muito rápida e é tão ou mais grave do que o Coronavírus”, conclui. Estela Capra

Anexos
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