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9 de abril de 2012
No Brasil, o câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças de 1 a 19 anos. Com base em dados de registros hospitalares, segundo o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (Inca), são estimados no país mais de 9 mil casos novos de câncer infantojuvenil por ano. Contudo, grande parte dos óbitos pode ser evitada se a moléstia for detectada logo no início, além de ser realizado o tratamento em um centro especializado. Hoje, a cada 300 adultos, um é sobrevivente do câncer infantil. O diagnósticoA oncopediatra Eda Manzo, da equipe de Pediatria do Hospital Amaral Carvalho (HAC), afirma que o segredo para a detecção precoce da doença está no acompanhamento pediátrico. Isso mesmo. A profissional explica que toda criança deve ser acompanhada por um pediatra desde o nascimento. "Se o médico conhece a criança e todo seu histórico, conseguirá detectar com maior facilidade qualquer anormalidade em seu estado de saúde e poderá realizar melhor um diagnóstico, diferente de um profissional que nunca consultou a criança". O oncologista pediátrico da instituição, Alejandro Mauricio Arancibia, vai além e ressalta que, quando se trata do câncer infantil, o pediatra é o grande elo entre o paciente e o oncologista. "Ele é o assessor direto com o centro de oncologia. Se a criança não tem um pediatra e toda vez que apresentar um novo sintoma for consultada por um profissional diferente, as chances de diagnóstic o precoce vão diminuindo. Um dia a mãe leva o filho a um posto, no outro em um pronto socorro, enfim, cada médico vai tentar um tratamento de primeira linha e o paciente vai passar várias vezes por tratamentos desse tipo antes de se pensar na possibilidade de um câncer", diz.Uma das médicas mais antigas da Pediatria do HAC, a hematologista e oncologista clínica, Claudia Teresa de Oliveira relata que, outro fator que dificulta a detecção do câncer infantil em estágio inicial é que os primeiros sintomas da doença são, em boa parte dos casos, comuns aos de outras. "Hoje em dia, o pediatra tem que ter em mente que tumor é mais comum do que antigamente. É claro que não se deve generalizar e suspeitar de câncer a princípio, mas se os sintomas persistirem ao tratam ento aplicado é melhor começar a pensar em problema oncológico." Experiente na área pediátrica, Eda adianta que é importante ouvir os pais. "Valorizar as queixas dos pais é um grande passo para agilizar a detecção de qualquer doença, porque eles conhecem a criança. Uma coisa que para o pediatra pode parecer normal, uma mãe sabe que pode não ser", conta.PredisposiçãoClaudia salienta que o câncer infantojuvenil se divide em diferentes tipos e não tem causa determinante. Trata-se de maior predisposição para desenvolver a doença. "São poucos os tumores infantis possíveis de prevenir, como é o caso do câncer de mama, por exemplo. Há formas de prevenção para o futuro: alimentação balanceada e hábitos saudáveis, entre outros, mas raramente ligadas ao câncer na infância."HAC: centro especializado De acordo com a oncologista clínica Claudia, na Pediatria do Hospital Amaral Carvalho cerca de 250 crianças são atendidas mensalmente, tanto pacientes com câncer, quanto crianças com problemas hematológicos. Elas recebem tratamento humanizado de uma equipe multidisciplinar composta por médicos especializados, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outros. Além de terem por direito um dos pais ou responsável acompanhando o tratamento de perto, os pacientes internados não precisam perder o ano letivo, pois podem dar continuidade aos estudos na própria instituição. São desenvolvidas também atividades que estimulam a interação e entretenimento das crianças, como festas, shows de mágica, visitas dos Remédicos do Riso e apresentações teatrais. "Tudo visando o bem-estar dos pacientes. O Ambulatório possui uma ampla área de convivência, onde as crianças podem estar juntas. Elas brincam até enquanto recebem soro ou quimioterapia", conta Alejandro. O médico é categórico ao dizer que a qualidade do tratamento é inquestionável. "Realizamos procedimentos vistos em centros de primeiro mundo."Os três profissionais enfatizam a excelência da estrutura física da Pediatria da instituição - tanto do Ambulatório quanto da Enfermaria, e destacam qualidades como boa quantidade de leitos para trabalhar (cinco isolamentos e sete quartos com três leitos cada) e equipe multidisciplinar com foco no tratamento humanizado. Além disso, afirmam que a Casa de Apoio Infantil mantida pela Fundação Amaral Carvalho, é uma aliada importante da Pediatria. "Logo será inaugurado o novo prédio da casa de apoio, que será credenciada pelo Instituto Ronald Mc'Donald. O espaço será maior e melhor estruturado para acolher as crianças e seus acompanhantes que vêm de longe, para que possam dar continuidade ao tratamento tranquilamente", completa Claudia.
Ariane Urbanetto
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Alejandro Arancibia, Claudia Oliveira e Eda Manzo[/caption]

Anexos
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