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22 de abril de 2020
Pacientes da Pediatria do Hospital Amaral Carvalho (HAC) experimentaram, nesta quarta-feira (22/abr), interagir com os voluntários do grupo Remédicos do Riso de uma maneira um pouco diferente: via internet. Por meio de aplicativos de mensagens, os palhaços puderam ver e brincar com três crianças e promover alegria, mesmo que a distância. Desde março, as visitas dos voluntários estão suspensas na unidade. “Estamos acompanhando as mudanças que estão ocorrendo no mundo neste momento da quarentena e percebemos que podemos nos reinventar”, conta o coordenador do projeto, Rogério Fabre. Algumas ações do grupo como oficinas de improviso, aulas e reuniões de coordenação já estavam sendo realizadas por vídeo e, assim, surgiu a ideia de levar esse novo formato para as interações com pacientes.“Mesmo sendo por vídeo, com a distância da tela, os Remédicos vão tocar o paciente com o olhar, com sentimentos, com as brincadeiras que já foram construídas num vínculo anterior, ou podem ser criados se forem novas relações”, comenta a coordenadora e psicoterapeuta do grupo, Daniela Parra. A atuação de hoje foi um teste que, se for considerada positiva pela equipe, em breve, deve ser estendida para mais pacientes.Para o Heitor e sua mãe, Franciele Santana da Cruz, a experiência foi muito boa. O garoto, de quatro anos, chegou recentemente ao hospital e não teve a oportunidade de brincar com voluntários do grupo presencialmente. A mãe conta que já havia visto esse tipo de trabalho pela internet e gostou bastante de ver a alegria do filho. “Ele amou! Ficou muito ansioso, esperando eles ligarem. Ele não pode sair, mas pôde se divertir e brincar aqui dentro do quarto mesmo. Foi muito bom”, avalia Franciele.Benefícios ao tratamentoSegundo a psicoterapeuta Daniela Parra, o vínculo criado entre os palhaços e os pacientes desperta sentimentos como amor, esperança e alegria, mesmo em situações difíceis, como estar em um hospital. “É de extrema importância se manter esse vínculo, que nos ajuda no processo de cura afetiva e muitas vezes física.” A médica oncopediatra Larissa Polis Moreira comenta que esse contato é necessário agora que as crianças, já afastadas dos familiares durante o tratamento, estão ainda mais isoladas por conta da pandemia do Coronavírus (COVID-19). “É um momento de descontração, muito necessário neste período de quarentena. Podemos observar até reflexos no tratamento, como menos queixas de efeitos colaterais.”
Estela Capra

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