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7 de outubro de 2016
“Me livrei da leucemia há quatro anos, mas agora começo uma nova batalha, desta vez contra o câncer de próstata”, lamenta o piauiense Milton Rocha, 62 anos, paciente do Hospital Amaral Carvalho (HAC). Conheci Seu Milton na casa de apoio Ignês de Carvalho Montenegro, que oferece diárias gratuitas de hospedagem a pacientes do HAC com histórico de transplante de medula óssea. Ele foi diagnosticado com um tipo de leucemia em 2010 e depois de dois anos em tratamento quimioterápico passou pelo transplante. Foi um sucesso!Quatro anos se passaram. Tudo transcorria bem, quando a outra terrível descoberta colocou novamente em risco a vida de Seu Milton. “Foi difícil acreditar. Quando eu pensei que fosse começar a usufruir dos benefícios conquistados ao longo de uma vida inteira de trabalho, recebi o diagnóstico do câncer de próstata”, conta. TrabalhoMesmo na dor, a fé desse piauiense radicado no Ceará foi capaz de transformar seu desespero em esperança: “Com os cânceres vieram outras complicações. Achei que fosse morrer. É uma glória eu estar aqui contando esta história. Creio que eu vá sair dessa também”, aposta.Durante nossa conversa, falar sobre a doença que já lhe pregou peças duas vezes na vida, no curto prazo de seis anos, não tinha mais sentido. Notei que, quando as lembranças do trabalho vinham a sua memória, lhe arrancavam sorrisos. Decidi, então, enveredar por aí. Deixei Seu Milton falar por mais de uma hora sobre sua carreira no setor da energia hidrelétrica. Ele contou sobre o funcionamento das usinas, sobre seu comprometimento e responsabilidade – ele nunca sofreu acidente de trabalho, comum nesse ramo, sobre suas transferências para o Rio Grande do Norte, depois para o Ceará, e lembrou muito dos amigos. “A empresa era uma verdadeira irmandade. Além de gostar muito do que eu fazia, ganhei muitas amizades ao longo da minha carreira, e até hoje me encontro com os amigos. Sou aposentado, e nossa associação fica dentro da empresa. Estou sempre em contato com eles”, conta. Carne de solA origem de Seu Milton é nobre. Seu pai era dono de terras, mas foi com seu próprio trabalho que ele venceu na vida. “Sempre fui um homem trabalhador e preocupado com o bem-estar de minha família. Tenho duas aposentadorias e dois seguros de vida. Hoje, eu e minha mulher tocamos uma lanchonete em Fortaleza, onde recebemos nossos clientes e amigos para tomar uma cervejinha e experimentar alguns petiscos, em especial a carne de sol. É uma delícia”, aprova.Casado com dona Rita, sua terceira esposa, pai de seis filhos e avô de cinco netos, Seu Milton não vê a hora de voltar para casa. Ele está confiante que vai poder frequentar novamente as praias de Fortaleza com sua família e jogar muita conversa fora com os amigos apreciando uma porção de carne de sol. “O câncer, muitas vezes, rouba nossa alegria. Se não estivermos confiantes, se perdemos a fé, ele roubará nossa vida também. Temos que acreditar na cura”, afirma.
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Seu Milton, piauiense radicado no Ceará, que venceu a leucemia e agora enfrenta o câncer de próstata.
Mesmo na dor, ele transformou seu desespero em fé e esperança e aposta na cura novamente[/caption]

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