16 de dezembro de 2014
Em novembro, a revista científica inglesa The Lancet publicou artigo sobre a sobrevida de pacientes oncológicos, analisando os dez principais tipos de câncer, em diferentes países, no período entre 1995 e 2009. Os números nacionais foram obtidos por meio do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) de sete cidades brasileiras que contam com o serviço, incluindo Jaú, no Hospital Amaral Carvalho (HAC). O estudo, chamado CONCORD-2, é a comparação internacional mais abrangente sobre sobrevivência de câncer publicada até o momento. São apresentadas estimativas de sobrevida em 5 anos para 25,7 milhões de pessoas de 67 países, analisando os cânceres de estômago, cólon, reto, fígado, pulmão, mama, colo do útero, ovário, próstata e leucemia. O estudo envolveu cerca de 500 investigadores e todos os dados enviados seguiram rigoroso processo de controle e avaliação para garantir que fossem passíveis de comparação. Como há uma grande diversidade nas características populacionais dos países envolvidos, foram feitas padronizações por sexo, idade, raça, riscos de morte e etnia. Foram utilizados mais de 2.500 conjuntos de dados, em um processo que durou cerca de dois anos. O RCBP-Jahu foi implantado na cidade através de convênio entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Amaral Carvalho. Responsável por registrar todos os casos de residentes na cidade com diagnóstico confirmado de câncer, o serviço encaminhou dados de 1.992 casos para o estudo.O coordenador de registros do HAC, Donaldo Veneziano, explica que o artigo é a primeira publicação utilizando os dados enviados e traz um panorama sobre os resultados encontrados. Além de constatar grandes diferenças na sobrevivência por câncer entre os países envolvidos, no âmbito nacional o estudo destacou o aumento na sobrevida de pacientes com câncer de mama e câncer de próstata. “O objetivo do estudo é fornecer informações para contribuir com o que chamamos de vigilância do câncer servindo como fonte de informação para a melhoria das políticas de saúde e também dos investimentos na área”, comenta.Para o câncer de mama foi observado um aumento na sobrevida em cinco anos de 78,2% no primeiro período para 87,4% para o segundo período (aumento de 11,7%). Já para o câncer de próstata o aumento foi ainda maior, 15,2%; passando de 83,4% para 96,1%. “Essas tendências podem refletir um diagnóstico mais precoce e tratamentos mais eficazes”, afirma Donaldo. * Colaboração de Donaldo Veneziano
Bruno Furlanetti
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O coordenador de registros de câncer do HAC, Donaldo Veneziano[/caption]