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19 de fevereiro de 2016
Bem disposta e falante, nem parece que dona Maria Madalena Francisco de Oliveira, 60, paranaense, de Cambará, está internada em um dos leitos da enfermaria da ala tóracoabdominal do Amaral Carvalho, o Hospital do Câncer de Jaú. Desde 2008, quando foi diagnosticada com câncer de mama, a paciente tem vivido idas e vindas ao HAC com frequência. Os médicos, agora, investigam a possibilidade de metástase óssea e hepática.Maria Madalena é um dos 75 mil pacientes de todo o país que o Amaral Carvalho presta atendimento, anualmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2015, segundo o registro hospitalar do HAC, foram realizados 1090 atendimentos a pacientes do Paraná que resultaram em 5689 procedimentos oncológicos, incluindo radio e quimioterapia. De origem simples, descendente de índios, dona Maria não pode avaliar o estágio de seu problema. Talvez por isso mesmo não tenha se entregado à doença. “Eu adoro estar aqui. Nem quero mais ir embora pra casa. As enfermeiras são muito boas comigo e a comida é uma delícia”, elogia.Assistência social Sozinha desde que veio pela última vez do Paraná, em 6 de

janeiro último, dona Maria foi acolhida pelas acompanhantes das pacientes com quem divide um quarto do hospital. “A dona Maria é gente boa. Como está sem acompanhante, estamos ajudando o melhor que podemos. Além de toda a assistência que está recebendo do Amaral, compramos roupa íntima e alguns itens de higiene pessoal como creme de cabelo, pente e sabonete. Teve quem doou toalha de banho também”, disse uma delas. Apenas com a roupa do corpo, dona Maria veio de Cambará para alguns exames no HAC, mas acabou ficando internada. Apesar das dificuldades, seu sentimento é de gratidão. “Fiz amizades aqui, conta com os olhos marejados, referindo-se à Áurea Mascarelli Regato, acompanhante de Aparecida Mascarelli Nápoli, paciente de Assis internada no mesmo quarto. “Para ela não se sentir desamparada, conversamos muito, ouvimos suas histórias, dando-lhe a atenção que merece. Ela tem muitas histórias interessantes”, ressalta Áurea. Dona Maria não conta com uma aposentadoria. Ela vive com o marido, uma irmã, e um sobrinho, e conta com o apoio de outro irmão, que lhe disponibiliza uma cesta básica por mês. Todo o tratamento da paciente no Amaral Carvalho é custeado pelo SUS. Em outras ocasiões que esteve em Jaú para consultas e procedimentos ambulatoriais, ficou hospedada em uma das casas de apoio mantidas pela instituição. Essas casas recebem pacientes que residem em cidades distantes do HAC e que não têm condições de arcar com custos de hospedagem, alimentação e transporte durante o tratamento. Por ano, são oferecidas nessas unidades cerca de 20 mil diárias a pacientes do hospital e seus acompanhantes. “Se não fosse o Amaral Carvalho, não sei o que seria de mim”, conclui, na busca da alegria de viver.
Juliana Parra

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