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3 de Julho de 2018
O câncer de cabeça e pescoço é um dos que mais geram impactos sociais devido às sequelas impostas pela doença relacionadas a alterações na aparência do indivíduo, fala, respiração e deglutição. Por isso a importância do diagnóstico precoce. O Hospital Amaral Carvalho (HAC) apoia a campanha nacional de prevenção “Julho Verde” e adverte para os principais sinais, fatores de risco e maneiras de prevenção. Segundo o otorrino do HAC dr. Afonso do Carmo Javarone, os tumores de cabeça e pescoço têm bom prognóstico quando descobertos precocemente. “Temos alta taxa de curabilidade ou controle quando detectamos logo no início, mas o problema é que a maioria dos pacientes só procura um especialista quando já está avançado”, lamenta.A incidência é maior na população masculina, embora a doença atinja também as mulheres. “O tipo mais comum nos homens é o de boca e laringe e nas mulheres, o de tireóide. Entre os sintomas estão lesão na boca que não cicatriza em até 21 dias, rouquidão por mais de três semanas e nódulo persistente no pescoço, principalmente quando não desaparece espontaneamente em até 21 dias, é endurecido e cresce progressivamente”, explica o especialista na área dr. Otavio Iavarone. Um indicador muito importante sobre a ocorrência dos carcinomas de cabeça e pescoço é que eles são 20 vezes mais frequentes em fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas, mas, nos últimos anos, a infecção pelo papilomavírus (HPV) tem sido responsável pelo aumento dos casos, principalmente pelo desenvolvimento de tumores na faringe. Uma das formas de contágio do HPV é por meio da prática de sexo oral. “O importante é que as pessoas, ao perceberem algum desses sinais, não se automediquem, mas procurem um médico ou dentista”, ressalta o dr. Giovane Furlanetto, especialista em cirurgia bucomaxilofacial. Em 2017, o setor de cabeça e pescoço do hospital atendeu a 395 novos casos, e desde 2000, quando foi criado o serviço, foram cerca de 10 mil pacientes do Brasil inteiro. “Nosso serviço é referência no País, pois trabalhamos desde a prevenção até a reabilitação do paciente. Temos percebido aumento de casos a cada ano. Por isso a importância da campanha Julho Verde, chamando a atenção das pessoas para a prevenção. O diagnóstico precoce faz toda diferença no tratamento”, afirma o dr. Manuel Claro de Toledo, da equipe de bucomaxilo.Reabilitação A fonoaudióloga Renata Fúria, que trabalha com a reabilitação de pacientes do HAC, reforça a relevância da investigação precoce. “As sequelas da doença quando descobertas tardiamente são muito importantes, como o comprometimento da fala. No caso dos tumores de laringe avançados, por exemplo, as cirurgias são mais radicais, e as consequências são sérias. Muitas vezes é necessária a retirada total do órgão, fazendo com que o paciente perca a voz”, explica.Gervásio Aizza, paciente do HAC, sofre as sequelas de um diagnóstico tardio de câncer de laringe. Ele foi submetido a um tratamento bastante invasivo, que comprometeu completamente sua voz. Ele fala através do esôfago. “Eu fumava muito e bebia e, mesmo depois de largar os vícios, fui surpreendido pelo câncer de laringe em estágio avançado. As pessoas deveriam se conscientizar para não sofrerem o que sofri”, alerta.Para chamar a atenção do mundo para os cuidados e controle da doença, a Federação Internacional de Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço instituiu o dia 27 de julho como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. E o Hospital Amaral Carvalho, unido a outras organizações contra o câncer, apoia programas de conscientização, como a campanha Julho Verde. Sobre o Departamento de Cabeça e Pescoço do HACO Hospital Amaral Carvalho é pioneiro no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, com atendimento voltado a pacientes com diagnóstico de câncer ou forte suspeita da doença nas vias superiores, pele da face e da região cervical, das glândulas salivares e tireóide. Os encaminhamentos ao hospital são feitos por guia de atendimento das secretarias municipais de saúde. Após análise do quadro clínico, é agendada uma consulta, sendo os casos mais graves atendidos preferencialmente. Juliana Parra

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