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28 de outubro de 2014
No dia 8 de outubro, o Hospital Amaral Carvalho (HAC) comemorou 10 anos do transplante de células tronco hematopoeticas alogênico (TCTH), utilizando sangue de cordão umbilical placentário, no qual, pela primeira vez no país, foi utilizado como fonte de células uma unidade de banco de sangue de cordão umbilical brasileiro.Em 2004, somente dois centros no Brasil eram autorizados a realizar o TCTH, utilizando doadores não aparentados. Juntos faziam 30 procedimentos por ano e não atendiam a demanda verificada no país. Para atender essa necessidade, o Ministério da Saúde convidou o HAC para ser mais um centro capacitado para realizar os procedimentos, pois em 2002 já era a instituição que mais fazia TCTH aparentados idênticos, no Brasil.O hematologista do Hospital Amaral Carvalho, Vergílio Antonio Rensi Colturato afirma que, a partir do convite, foram necessárias adequações em laboratórios e treinamento específico no Instituto Nacional do Câncer (INCA). “Devido ao alto risco do procedimento, foram encaminhados pelo Registro Brasileiro de Receptores de Transplante de Medula Óssea 7 pacientes ao HAC. Após muitas discussões e simulações, realizamos os procedimentos e obtivemos sucesso”, explica. Vanessa Canal, uma das pacientes da pediatria do Hospital Amaral Carvalho, embora respondesse ao tratamento da quimioterapia, não tinha mais chances de cura por esse método. Porém, foi encontrada uma unidade compatível e com celularidade mínima necessária, entre apenas 200 unidades congeladas em todo o país. No dia oito de outubro de 2004, Vanessa se tornou a primeira paciente a realizar transplante de células tronco hematopoeticas alogênico, utilizando sangue de cordão umbilical placentário brasileiro.Esse fato foi um marco no desenvolvimento do transplante de medula óssea não aparentado, no Brasil, de modo que houve um aumento significativo de desenvolvimento de bancos de sangue de cordão umbilical placentário e de doadores de medula óssea (hoje existem 8 bancos com quase 40 mil unidades congeladas). O dia 8 de outubro passou a ser o Dia Nacional do Doador de Medula Óssea, o que é motivo de muita alegria para Vanessa Canal. “Fiquei muito lisonjeada, sempre procurei pensar positivamente e hoje vejo o resultado e fico sem palavras para descrever toda a felicidade que sinto”, ressalta Vanessa.Trabalho em equipeO hematologista do HAC, Marcos Augusto Mauad, afirma que a história da Vanessa ilustra a evolução de um serviço de alta qualidade de transplante de medula óssea, do qual tem orgulho em ter participado. “Gostaria de citar uma frase do doutor Pedro Brandão (ex-médico do HAC): na vida não somos ninguém sozinhos, o resultado de um grande trabalho é o reflexo de uma grande equipe”, completa. AgradecimentosAtualmente o Hospital do Câncer de Jaú já realizou 299 transplantes de células tronco hematopoeticas alogênico, com doadores não aparentados. Vergilio ressalta a participação de Luis Fernando Bouzas, chefe do serviço de TCTH do INCA e Marcos Bittencourt, do serviço de TCTH do Hospital de Clínicas de Curitiba – PR, fundamentais durante todo o processo. E também ao hematologista do Hospital Amaral Carvalho e médico pessoal de Vanessa, Marcos Augusto Mauad, que participou efetivamente, com determinação, do tratamento destinado a paciente, na instituição, desde o início do diagnóstico.A equipe do HAC parabeniza a família e a Vanessa, não só pelo sucesso e aniversário de 10 anos de TCTH, mas também pela determinação e coragem que nunca lhes faltaram, o que contribuiu de maneira decisiva para esse gratificante resultado.
Bruno Furlanetti
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Vanessa Canal e o hematologista do HAC, Marcos Augusto Mauad[/caption]

Anexos
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