13 de abril de 2012
Em março, o Hospital Amaral Carvalho (HAC) passou a utilizar o sistema de digitalização de imagens médicas PACS (do inglês, Picture Archiving and Communication System) para os exames de mamografia e raios X. Até o final de abril, o projeto será expandido aos exames de ultrassom e, posteriormente, aos de medicina nuclear, tomografia e radioterapia.A implantação do sistema (da empresa 2M Solutions) estava em estudo há cerca de quatro anos, de acordo com a coordenadora de Planejamento da Fundação Amaral Carvalho, Milena Meira Gonçalves. "Visitamos hospitais que trabalham com o sistema, avaliamos as ferramentas e a questão da redução de custos, entre outras. Também nos chamou a atenção o fato de que esse sistema pode ser integrado ao MV, que é utilizado na Fundação", explica.Corte de gastos com impressão dos filmes de exames, facilidade de armazenamento, menores riscos de perda de imagens, além de maior agilidade na realização de laudos. Essas são algumas das vantagens da implantação PACS que refletem diretamente na qualidade do atendimento aos pacientes. O diretor presidente da FAC, Ricardo Brandão, que é médico nuclear, afirma que o sistema trará agilidade para o diagnóstico e tratamento. "No momento em que o paciente faz o exame, as imagens já são digitalizadas e disponíveis para que os médicos façam o atendimento, seja nas unidades de internação ou ambulatórios." Sem chapasO descarte dos filmes de exames (chapas) sempre foi uma grande preocupação da Fundação, pois esse material tem componentes tóxicos que podem contaminar os lençóis freáticos e o solo, se descartados em lixo comum. Como todas as imagens geradas passam a ser digitais com o novo sistema, não haverá mais a necessidade de manter os filmes. "Eliminaremos as chapas de pacientes internos e, por consequência, não teremos mais o acúmulo e a preocupação com o descarte desse material", afirma a coordenadora.No entanto, os pacientes externos terão acesso aos exames impressos, já que alguns centros de saúde não têm equipamentos adequados para visualizar as imagens.AdequaçõesPara a implantação do sistema no HAC, foi preciso alterar a infraestrutura de redes para a área de laudos. Os setores que trabalham com imagens passaram por uma reestruturação de equipamentos para suportarem a troca de imagens e manter um desempenho adequado e ágil. Conforme relata Milena, foi feito um investimento em equipamentos como monitores de diagnóstico, computadores e TVs para visualização das imagens no Centro Cirúrgico e ambulatórios.A instituição investiu também na área de armazenamento dos exames digitalizados. "Adquirimos um novo servidor onde serão armazenadas as informações por um ano, gerando um banco de dados. Após esse tempo, os dados serão armazenados em outro servidor, que poderá ser acessado normalmente pelo médico", conta a coordenadora. A implantação do sistema é um projeto do setor de Tecnologia da Informação / Sistemas, cuja responsável é a encarregada Luciana Nascimbem. A equipe desse departamento treinou os médicos do Corpo Clínico do HAC, os médicos residentes e mais de 100 usuários-chave dos setores envolvidos para que possam prestar apoio aos médicos. "Foram mais de 30 dias de treinamento, a maioria deles individuais, em virtude dos horários dos médicos e colaboradores", salienta Milena.MelhoriasO sistema, segundo o médico responsável pelo departamento de Radiologia Médica, o radiologista Guilherme Brandão, permite que seja feito um comparativo de imagens. "Além das ferramentas que possibilitam a melhor visualização das imagens, quando tivermos um histórico de imagens no sistema, vamos poder acompanhar a evolução do tratamento", diz.
Ariane Urbanetto
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O radiologista Guilherme Brandão: sistema permite comparação de imagens de exames anteriores para acompanhamento da evolução do tratamento[/caption]