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18 de fevereiro de 2015
Para o escritor alemão Goethe, “quem supera, vence”. Esse pensamento muito tem a ver com Adriano Meletto (28), ex-paciente do Hospital Amaral Carvalho (HAC), e Tábata Bonfante (31), enfermeira do mesmo hospital. Além do fato de ambos serem esportistas faixa preta, a superação e paixão pelo esporte são pontos em comum entre os jovens. Acompanhe duas histórias que marcam o Dia do Esporte, comemorado em 19 de fevereiro. Luta pela vidaAos 12 anos, o bocainense Adriano, fascinado por artes marciais, foi convidado por seu amigo Mario Rossi, para participar de uma aula de jiu-jitsu, em Jaú, quando descobriu o prazer pelos treinos diários e competições. Desde o início, o menino buscava seu melhor desempenho, ouvindo do professor que a vida é uma luta, que era preciso determinação e comprometimento. Com ótimo condicionamento físico e rigor na atividade, notou um cansaço incomum durante os treinos, e que se intensificava a cada dia. “Minha alimentação sempre foi regrada, nunca bebi, nem fumei. Percebi que havia algo errado, e então, apareceram alguns gânglios aumentados (inchados) no pescoço”, relata.Ele tinha 16 anos quando recebeu o diagnóstico, o pior adversário que conhecera: tinha Linfoma Não Hodgkin. Viu seu sonho por títulos e a prática esportiva serem interrompidos, dando lugar à rotina de exames e tratamento médico. “O apoio e profissionalismo das médicas do HAC, dra. Claudia Oliveira e dra. Eda Manzo, foram muito importantes. Tenho um carinho enorme por elas e pela equipe, que fizeram de tudo por mim. Mas também lembro do que me motivou a lutar pela minha vida. Meu professor e amigo, Ronaldo Chaves, dizendo para eu nunca desistir, me treinando para lutar até o final. No tatame eu conseguia, e nessa luta, não seria diferente”, afirma Adriano. Ele superou a fase da doença. Apesar da vitória, sentia que seu corpo não seria mais o mesmo. “Aos 18 anos, estava liberado para retomar os treinos, mas decidi não voltar, pois pensava que não aguentaria a exaustão”. Foi aí que seu amigo, o mesmo que o incentivou a praticar jiu-jitsu, entrou em cena novamente. “Um dia o Mario me pediu um favor, disse que precisava que eu o ajudasse com algumas posições de luta. Resisti um pouco, mas vesti o kimono e fui ao seu encontro. Naquele dia, ele me fez treinar, e me deu uma ‘pisa’ no tatame, fazendo despertar minha capacidade e a paixão pelo jiu-jitsu”, conta o rapaz. No primeiro campeonato após o tratamento de câncer, a medalha de ouro deu ânimo a Adriano, que hoje é mestre em jiu-jitsu e tem uma academia com mais de 30 alunos, em Bocaina. “Um dia sem treinar já me faz falta, me desespero”, brinca.Luta por um idealA paixão de Tábata pelo esporte também começou cedo, com o incentivo nas aulas de basquete na escola. Aos 17 anos, os olhos da adolescente brilharam quando acompanhou pela primeira vez uma aula de judô e viu a professora vestindo kimono e faixa preta. “Pensei, é isso que quero fazer”, lembra. Determinada a uma vida de disciplina esportiva, a oportunidade do primeiro campeonato, em 2001, foi decisiva. “Me esforcei muito, era época de vestibular, ia prestar para enfermagem, outra paixão minha, desde pequena. Enquanto meus amigos estudavam, eu me dividia entre as provas e os treinos. Mas deu tudo certo, passei no vestibular e ganhei medalha”, ressalta. Ter foco e comprometimento é requisito para a prática do judô, de acordo com Tábata. Nos anos dedicados ao esporte, abriu mão de várias coisas, mas também teve muitas realizações. Hoje, campeã da Copa São Paulo 2014, a enfermeira da Unidade de Terapia Semi-Intensiva do Hospital do Câncer de Jaú traz na bagagem quase 80 medalhas e muitas vivências. “As pessoas comentavam que, na época da faculdade, enquanto todos deixavam algumas atividades de lado para se dedicar aos estudos, eu estava justamente começando a praticar judô. E não me arrependo! Tudo o que aprendi, e aprendo com o esporte, reflete no meu cotidiano, no trabalho, com os amigos e na família”, revela.Tábata salienta o apoio do HAC à sua carreira esportiva. “Sempre posso conciliar minhas folgas com as datas dos campeonatos. Assim, consigo manter minha rotina de treinos e competições. Além disso, o judô abriu muitas portas para reconhecimento e amizades. As pessoas torcem por mim, se interessam pela minha história e nos aproximamos. Sem contar as brincadeiras com os pacientes, de que sou faixa preta, por isso devem tomar cuidado. Isso alegra o ambiente”, comenta. PreparaçãoForça e foco são sinônimos de superação, e por consequência, vitória para Adriano e Tábata, e tantas outras pessoas que entendem os benefícios da prática de esportes e estilo de vida saudável.A disciplina, tanto no dia a dia, como no esporte, é predominante na vida dos dois jovens. A enfermeira, que foi vice-campeã paulista e vice na Copa São Paulo de Judô, conta que sonha em ganhar medalha dos Jogos Abertos, pelo grau de dificuldade; se casar e ter filhos que também pratiquem atividades físicas, de preferência, judô. E Adriano, que tem como lema viver cada dia intensamente, já conquistou o título sul-americano, vários paulistas e de jogos do interior de jiu-jitsu, mas idealiza e se prepara para sua próxima grande vitória: o Panamericano de 2016, na Califórnia.
Departamento de Comunicação e Marketing
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Luta pela vida: Adriano superou o câncer e hoje se prepara para sua próxima grande vitória, o Panamericano de 2016, na Califórnia[/caption][caption id="attachment_10670" align="alignnone" width="600"]

Luta por um ideal: Tábata, faixa preta de judô e enfermeira do Hospital Amaral Carvalho[/caption]

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