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8 de julho de 2021
“Vacinas ajudam a salvar vidas”. É o que destaca a infectologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Dra. Priscila Paulin para conscientizar, especialmente pessoas em tratamento oncológico, sobre a importância da imunização. Após mais de um ano de pandemia, com 18,5 milhões de casos de COVID-19 e mais de 500 mil mortes pela doença no Brasil, menos de 30% da população foi vacinada integralmente, segundo dados do Ministério da Saúde. As doses distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) são aplicadas de acordo com um cronograma por faixa etária e grupos prioritários, como profissionais da saúde, lactantes e pessoas com comorbidades como diabetes e câncer. A médica do HAC explica que estamos em um momento crítico no País, com a chegada do inverno, propício para a infecção por vírus respiratórios. “Por isso, é imprescindível receber as vacinas quando chegar a sua vez, principalmente quem está em tratamento”, orienta.As vacinas contra a COVID-19 e da gripe (Influenza) disponíveis no Brasil são seguras para pessoas com câncer. De acordo com a profissional, não há contraindicações para esse público. Além disso, pacientes oncológicos têm maiores chances de desenvolver um quadro de comprometimento da imunidade, isso é, são mais suscetíveis a infecções que podem interferir no tratamento e refletir na sua qualidade de vida. “Gripe e COVID-19 podem evoluir para apresentações clínicas graves nos pacientes oncológicos, logo, devem se vacinar o quanto antes”. A especialista recomenda que seja priorizada a vacina contra a COVID-19, que é a infecção predominante no mundo todo e, após 14 dias, receber a vacina da gripe. “É importante respeitar esse intervalo entre vacinas. Também vale destacar que, quem teve COVID-19 precisa aguardar um mês do início dos sintomas para receber a vacina”, comenta.
Melhor momentoIdade, histórico vacinal, protocolo de tratamento, nível de imunossupressão são alguns dos fatores variáveis e que devem ser considerados na hora da vacinação de pessoas com câncer. Portanto, o ideal é que o paciente converse com seu médico sobre o melhor momento para receber as doses das vacinas contra a COVID-19, gripe e outros imunizantes. “Lembrando que não há contraindicações, mas momentos mais adequados para cada pessoa em tratamento receber as doses”, ressalta Priscila. A infectologista afirma que todos os imunizantes contra a COVID-19 têm o papel de proteger quem recebe a dose da infecção pelo vírus ou reduzir os danos causados pela doença caso haja a infecção mesmo após a vacinação, além de evitar a circulação do vírus entre pessoas. “Vacinas proporcionam a proteção individual e coletiva. Por esse motivo, é importante que todos os familiares e pessoas próximas de quem está em tratamento oncológico também se vacinem o quanto antes. Aliás, quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menores serão a circulação do vírus, o número de internações, sequelas e óbitos”.
Eventos adversosAlgumas pessoas em tratamento têm receio da imunização por conta das reações. Não há evidências de que pacientes oncológicos tenham eventos adversos adicionais após a vacinação. Há relatos de dores no local da aplicação, dores de cabeça ou uma indisposição que passa em dois ou três dias. “Mas essas reações são mais brandas que o próprio quadro de infecção da doença, ou seja, pegar COVID-19 sem estar vacinado, por exemplo, é pior do que possíveis reações da vacina e que nem todos sentem”, avalia a médica. Outro fator que tem impactado na celeridade da vacinação é a escolha pela marca. “As pessoas precisam compreender que é mais importante estar vacinado e não postergar esta dose enquanto seleciona o imunizante por ter uma eficácia diferente contra a infecção, ser de dose única ou pelas reações que pode causar. Estamos em um momento de priorizar o coletivo, correndo contra o tempo e, nessa corrida, o vírus já mostrou ser muito mais rápido, vide o grande aparecimento de mutações com variantes”.
Precaução As vacinas não possuem efeito imediato, então, as medidas de precaução contra a COVID-19, que são válidas também para evitar a transmissão de outros vírus respiratórios, devem ser mantidas: higienização frequente das mãos, uso de máscara, distanciamento social e isolamento, caso apresente algum sintoma gripal, como tosse, coriza e febre. É comum, sobretudo no inverno, ao ter qualquer sintoma respiratório, a pessoa pensar que pode ser uma alergia, sinusite, rinite ou resfriado. “Mas, como no momento o vírus predominante é o causador da COVID-19, a primeira suspeita é sempre da doença. Então, se apresentar, mesmo que um mínimo desconforto na garganta, mal-estar ou dor no corpo, evite o contato com outras pessoas. Não visite familiares, especialmente pacientes com câncer”, salienta a infectologista e completa: “todo cuidado é pouco. Venceremos juntos a pandemia, se agirmos e pensarmos no bem coletivo”.

Ariane Urbanetto

Anexos
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