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5 de fevereiro de 2020
A mamografia é um exame de imagem considerado padrão ouro na avaliação de doenças mamárias. No Dia Nacional da Mamografia (5/fev), o mastologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) João Ricardo Auler Paloschi fala sobre os mitos e a importância de associar o procedimento à consulta com especialista e com a realização de outros exames, além de manter hábitos para prevenir o câncer de mama.O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima para este ano 66 mil novos casos novos desse, que é o tipo de câncer mais comum entre as brasileiras. De acordo com Paloschi, para alcançar melhores resultados no tratamento e aumentar as chances de cura, é imprescindível o diagnóstico em fase inicial. O médico relata que muitas mulheres pensam que realizar a mamografia periodicamente é suficiente para evitar ou detectar o câncer. “E isso está errado! Toda avaliação de mama passa, obrigatoriamente, pela mamografia, mas é necessário considerar os resultados e o complemento com outros exames, como ultrassonografia, ressonância e, principalmente, a avaliação clínica de cada paciente”. Para o profissional do HAC, o índice de falha do exame visto sozinho é considerável, portanto, somente com acompanhamento médico é possível afirmar se a mamografia será eficiente para indicar alguma alteração. “Muitas pacientes que chegam ao consultório com câncer de mama em estágios iniciais ou avançados, alegam até terem feito a mamografia anualmente, mas nunca procuraram atendimento médico prévio com um mastologista para avaliar o resultado. A maioria também nunca fez o autoexame nem reparou em alterações nas mamas até o surgimento de sintomas mais graves”.
IndicaçãoPaloschi exemplifica que assim como um simples teste de sangue deve partir de uma solicitação médica, o mesmo deve ocorrer com a mamografia. “Ela deve ser entendida dentro de um contexto, de acordo com a indicação para cada caso, então o médico saberá o momento certo de pedir o exame e como interpretar o resultado”, ressalta. A Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia recomendam a realização da mamografia anualmente para mulheres a partir de 40 anos até enquanto houver perspectiva de vida. Pacientes com histórico da doença na família ou com queixas, como o surgimento de nódulos e outros sintomas, devem procurar atendimento e podem realizar o exame antes.
Mamografia e prevençãoNão é necessário esperar completar 40 anos para se cuidar. A prevenção deve ser um hábito a qualquer idade. “Quanto antes, melhor. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, evitar a obesidade e ficar atenta às alterações no corpo são medidas simples e que devem ser rotina diária”, destaca Paloschi. A prevenção com a mamografia pode se iniciar a partir de uma consulta aos 40 anos, mas isso é apenas parte da dela. “Não é a prevenção toda. E numa consulta mastológica em idades bem menores, pôde-se já instituir a prevenção primária que não depende de exames específicos somente, mas principalmente de orientações, dicas, exame físico, etc. Além disso, o câncer de mama pode ocorrer antes dos 40 anos em até 20% dos casos. Daí a importância das consultas precoces e não só da mamografia depois dos 40 anos”.O médico também alerta sobre os mitos, que fazem com que muitas mulheres que precisam da mamografia, não façam. “Há quem diga que mamografia dá câncer. Fazer o exame uma vez por ano não vai desencadear a doença em ninguém. É uma radiografia feita em um equipamento moderno, com radiação extremamente baixa e que não oferece riscos”, explica.Também é comum que as mulheres evitem a realização do exame por acharem que dói muito. O mastologista comenta que, para que a imagem fique melhor, a mama é comprimida durante a mamografia. “Umas pessoas são mais sensíveis, mas o benefício do exame compensa o desconforto por alguns minutos”, lembra.

Ariane Urbanetto

Anexos
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