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11 de março de 2019
No mês dedicado à mulher, a campanha Março Lilás alerta também para os cuidados com a saúde, destacando a prevenção do câncer do colo do útero, o terceiro tumor maligno mais frequente e a quarta causa de morte por câncer na população feminina do País. A doença tem como principal causa a infecção pelo vírus do papiloma humano, o HPV, transmitido pelas relações sexuais. Assim, a prevenção primária consiste no comportamento seguro, como o uso de preservativos, e na imunização com vacina.Responsável pelo Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico do Hospital Amaral Carvalho (HAC), a ginecologista Lenira Mauad, que atua na área há mais de 25 anos, ressalta os benefícios do diagnóstico precoce. "Se detectadas as lesões precursoras ou o tumor em fase inicial, as chances de cura são altíssimas e os tratamentos mais brandos e conservadores".Mas como é possível descobrir no início, já que o câncer de colo de útero progride lentamente e quase não apresenta sintomas? "Através do exame periódico de Papanicolau, para mulheres com vida sexual ativa e que têm mais de 25 anos. Após dois exames negativos, a coleta pode ser espaçada para o intervalo máximo de três anos, conforme diretrizes nacionais do Sistema Único de Saúde (SUS)", orienta a médica.Vacina contra o HPVPesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em outubro de 2018 apontou que mais de 54% dos brasileiros entre 16 e 25 anos entraram em contato com o HPV. Destes, quase 40% eram dos tipos que podem causar o câncer do colo do útero, por isso a importância do rastreamento populacional. A especialista do HAC destaca que, no Brasil, desde 2014, a vacina contra o HPV está disponível pelo SUS: nos postos de saúde, podem receber as duas doses preconizadas, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. "Essa é uma medida importante na prevenção do câncer do colo do útero".Bem-estar No Amaral Carvalho, o Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico, que teve início em 1996 para rastrear e tratar mulheres com câncer do colo do útero, hoje comemora resultados comparados aos de países desenvolvidos. "Nossa taxa de mortalidade oscila entre uma e duas por 100 mil mulheres, tendo sido zero nos anos 2004 e 2015. Perdemos cada vez menos mulheres para o câncer de colo do útero", comemora Lenira. Com o lema da campanha Março Lilás 'Quem ama, se cuida', a médica reforça a importância da atenção e dos cuidados com a saúde. "As mulheres cuidam dos filhos, da família, da casa, dos afazeres no trabalho e outras tantas atividades, mas muitas vezes, deixam de cuidar delas mesmas. Prevenir o câncer de colo do útero não se trata apenas da preservação da capacidade reprodutiva, mas do bem-estar feminino", comenta.

Ariane Urbanetto

Anexos
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