5 de abril de 2013
O Hospital Amaral Carvalho (HAC), considerado uma referência da oncologia infantil no Brasil e na América Latina, localizado em Jaú (SP), desenvolveu uma solução lúdica e criativa para diminuir a solidão de crianças isoladas no hospital para o tratamento do câncer. A ideia surgiu dos clássicos ursinhos de pelúcia, conhecidos por fazerem companhia a todas as crianças, mas ganhou um upgrade: quando a saudade aperta, basta apertar a mão dos ursinhos e ouvir mensagens de carinho e otimismo enviadas a todo momento por familiares e amigos via WhatsApp.Em parceria com a FOM, fabricante de travesseiros, brinquedos e almofadas com material antialérgico, foi desenvolvida essa linha de ursinhos especiais, que através de um dispositivo, recebem e armazenam notas de áudio. Cada criança tem um número exclusivo que foi passado aos familiares.O objetivo do HAC com a iniciativa é aproximar os pequenos pacientes daqueles que eles tanto amam e ajudá-los a passar pelo período de isolamento de uma forma mais alegre e menos solitária. O projeto levou seis meses para ser desenvolvido e cerca de 30 crianças que estiveram internadas no hospital já usaram os “Elos” – assim chamados por ligarem as crianças às pessoas que mais amam.O oncologista pediátrico Alejandro Arancibia explica os motivos de isolamento das crianças. “Elas não podem ficar muito tempo em contato com o meio exterior porque estão com a imunidade muito baixa. Os “Elos” são uma porta de contato com quem está lá fora”. Para a chefe da pediatria do Hospital Amaral Carvalho, Drª Claudia Teresa de Oliveira, especialista em Hematologia e Oncologia Pediátrica, esse método é um mecanismo de apoio emocional importante para o bem-estar das crianças durante o tratamento. “A criança é afastada da sua rotina habitual. Elas sentem falta dos amigos, da escola e esse carinho faz uma enorme diferença na recuperação”, afirma. Veja o vídeo: http://youtu.be/cEZ4Ob1RLo8 Como funciona a tecnologia: ursinhos foram adaptados especialmente para comportarem o equipamento. Um dispositivo com tecnologia semelhante a um aparelho celular recebe mensagens. Caixas de som específicas foram desenhadas para funcionarem no interior dos ursinhos. Um mecanismo liga a mão dos “Elos” ao dispositivo, liberando mensagens armazenadas. As mensagens são enviadas para uma central e gerenciadas por um profissional do hospital, que as envia, então, para os ursinhos. As mensagens podem ser atualizadas a todo momento e ficam à disposição da criança para a próxima vez que decidir apertar a mão do seu ursinho para ouvi-las.
Ariane Urbanetto