Doe

14 de junho de 2019
Você já ficou sem voz ou imaginou como seria não coseguir falar? Para muitos pacientes com câncer na laringe, um dos tipos mais comuns na região da cabeça e pescoço, essa é uma realidade. Em casos avançados, a extração da laringe (região onde ficam as cordas vocais), conhecida como laringectomia total, é o procedimento que pode garantir a cura, mas também causa a afonia, que é a perda da voz.De acordo com a fonoaudióloga Renata Furia Sanchez, do Hospital Amaral Carvalho (HAC), além de lidar com o tratamento, os laringectomizados totais precisam aprender a se comunicar novamente. A profissional conta que a instituição é pioneira no acompanhamento desses pacientes através da criação de um grupo, há quase 30 anos, que oferece suporte como a reabilitação vocal e reinserção social.No dia 31 de maio, os mais de 30 integrantes desse grupo e a equipe composta por profissionais de enfermagem, assistência social, psicologia, nutrição, farmácia e a fonoaudiologia, receberam uma visita especial: representantes da Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) estiveram no HAC para apresentar seus projetos em benefício dos laringectomizados. “É uma entidade criada e presidida pela Melissa Ribeiro, que é laringectomizada. Uma associação que entende e abraça essa causa, luta pelos direitos e conquistas. Que honra recepcioná-los”, destacou Renata. Entre as ações da ACBG, está o projeto “Uma voz possível”, iniciativa viabilizada pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), que distribui laringes eletrônicas a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para facilitar a comunicação. “Portátil, com baterias recarregáveis, o acessório possibilita a emissão de uma onda sonora contínua. Essa vibração é transmitida por uma pseudovoz metálica que forma palavras através dos órgãos articuladores (lábios, língua e dentes)”, explica Renata.Na visita da ACBG, cinco pacientes do HAC receberam a laringe eletrônica e a ocasião foi emocionante. O Marcos Roberto (42) que o diga! Oito meses após a cirurgia, depois de mais de 200 dias sem conseguir se comunicar, o rapaz está todo feliz com o acessório e grato. “A primeira coisa que fiz foi gravar um vídeo agradecendo, com as minhas palavras, a todos que me ajudaram e me apoiaram até agora”, contou.Renata comenta que, pelo alto custo, muitos não teriam condições de adquirir a laringe eletrônica. “Graças ao projeto da ACBG, muitos brasileiros têm sido beneficiados e, em breve, por intermédio da Associação, o equipamento deverá estar disponível no SUS a todos os laringectomizados”, comemora. De acordo com a profissional, o equipamento é emprestado ao paciente, que usa pelo tempo necessário e depois devolve ao hospital para ser repassado a outros usuários. Julho VerdeA fonoaudióloga contou que, na ocasião, aproveitou para firmar parceria com a ACBG para a mobilização Julho Verde, de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço. “Estamos planejando atividades para ressaltar medidas de prevenção, a importância do diagnóstico precoce e sobre reabilitação, com participação do nosso grupo. Em breve teremos a programação completa”, adiantou.
Ariane Urbanetto
[caption id="attachment_10001" align="alignnone" width="640"]

No primeiro retorno ao HAC depois de ter recebido a laringe eletrônica, Marco veio acompanhado da esposa Josiele e o filho, Donovam, superfelizes com o equipamento que facilita a comunicação[/caption][caption id="attachment_10002" align="alignnone" width="640"]

O representante da ACBG, Eduardo, e a fonoaudióloga do HAC, Renata , entregam a laringe eletrônica ao paciente Marcos Roberto[/caption]

Anexos
tag manager 5