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Setembro Verde: a experiência de quem doa e de quem recebe vida

16 de setembro de 2022


Duas datas importantes marcam o mês de setembro: o terceiro sábado do mês (17), em que celebramos o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, e dia 27, Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Para abraçar as datas e promover a conscientização e orientação à população, contamos com a campanha Setembro Verde.

Qualquer indivíduo maior de idade pode, juridicamente, doar órgãos, a partir da manifestação de sua vontade em vida. Mas, apesar da maior incidência de doação de órgãos serem pós-morte, há doações que podem ser realizadas em vida. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte dos pulmões ou parte da medula óssea.

O transplante de células-tronco hematopoéticas, também chamado de transplante de medula óssea, é um tipo de tratamento voltado para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia, linfomas, anemias graves, hemoglobinopatias, osteopetrose, entre outras doenças.

O Hospital Amaral Carvalho (HAC) conta com o Centro de Transplante de Medula Óssea (TMO), que foi criado em 1996. Ao longo desses 26 anos, já foram realizados mais de 3900 procedimentos na unidade. O Centro é considerado atualmente o maior transplantador de medula óssea do Brasil.


Segunda chance

Diagnosticada com anemia aplásica, Ana Cris Araujo Silva, 33 anos, viajou de Manaus/AM para Jaú/SP logo após descobrir a doença, há um ano. Hospedada na casa de apoio Eva L. V. Barbanti, mantida pelo Hospital Amaral Carvalho com a ajuda de doações da comunidade, Ana Cris realizou o transplante de medula óssea em junho desse ano. Sua irmã, Ana Lorena, foi a doadora.

“Apesar das dificuldades da doença e do tratamento, também tenho motivos para agradecer por essa segunda chance. O atendimento de excelência que o Hospital Amaral Carvalho oferece, o tratamento humano, a casa de apoio... Tudo tem ajudado muito nesse processo”, contou Ana Cris.

No próximo dia 30 de setembro, Ana completa 100 dias de transplante e passará por análise para receber alta desta fase do tratamento, podendo voltar para casa e vir ao hospital a cada 40 dias para acompanhamento. “A expectativa para recomeçar é grande”, disse.


Doar vida

Ana Lorena Araújo, 19 anos, de Manaus/AM, é irmã de Ana Cris e foi sua doadora de medula óssea. Ana fez o teste de compatibilidade e, assim que recebeu a notícia de que era 100% compatível com sua irmã, iniciou os preparativos para estar no Hospital Amaral Carvalho.

“Quando já estávamos juntas em Jaú, levou mais ou menos um mês e meio de preparação e exames, até sermos internadas e, depois de dez dias fazendo as medicações que eram necessárias no receptor, fui levada para sala se cirurgia, recebi anestesia geral e só acordei depois de todo processo ter sido feito. No dia seguinte após a doação, eu já recebi alta do hospital”, contou Ana Lorena.

O processo foi rápido e tranquilo, segundo Ana Lorena, e não existem motivos para as pessoas terem medo de serem doadoras. "O sentimento é de missão cumprida, de gratidão por fazer parte do processo de cura de uma pessoa que eu amo. Só o fato de poder salvar uma vida já é uma sensação incrível, mais ainda por ser uma pessoa importante pra mim”.


Como se tornar um doador de medula óssea

A doação de órgãos é mais comum entre familiares, mas há também a doação voluntária para pessoas não aparentadas, por meio de cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

“O ato de doar é um ato de amor e de empatia. Quando uma pessoa se cadastra no Redome, ela se propõe a salvar uma vida. Quando ela doa sangue, ela ajuda no tratamento de diversos pacientes, que antes do transplante precisam passar por muitas transfusões de sangue. Esse ato é o mais altruísta que alguém pode ter e, ao mesmo tempo é essencial para a sobrevivência de milhares de pessoas”, explica Ana Cláudia Ferrari, Supervisora da equipe de enfermagem do Ambulatório e Unidade de Internação da TMO e Unidade de Hematologia do HAC.

Veja alguns passos para se cadastrar no Redome:

- Procure o hemocentro mais próximo de você. Em nossa região, você conta com o Hemonúcleo Regional de Jaú, que fica localizado na estrutura do HAC;

- O profissional responsável pelo seu atendimento apresentará um termo de consentimento livre e esclarecimento (TCLE) e um formulário para que o voluntário preencha. Neste momento, é preciso apresentar um documento de identidade com foto;

- Seu sangue será coletado para ser analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), exame que identifica suas características genéticas;

- Seus dados pessoais e dados coletados pelo exame serão incluídos no Redome;

- Sempre que um paciente precisar passar pelo transplante de medula óssea, a busca pelo Redome é feita, onde os seus dados estão armazenados. Quando seus dados apresentarem possível compatibilidade com um paciente, você receberá o contato do hospital;

- Caso o desejo da doação seja confirmado, exames complementares serão realizados para avaliação e confirmação;

- Após essas etapas, a data para a realização do procedimento será marcada.



Thais Moraes

Ana Cris Araujo Silva, 33 anos, diagnosticada com anemia aplásica, está em tratamento pós-transplante na unidade de TMO do HAC.

Ana Cláudia Ferrari, Supervisora da equipe de enfermagem do Ambulatório e Unidade de Internação da TMO e Unidade de Hematologia do HAC.

Anexos
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